Nossa Cabedelo

O município de Cabedelo faz parte da Região Metropolitana de João Pessoa, litoral da Paraíba. Seu nome se deve à sua formação geográfica, na forma de um cabo, daí que o termo “cabedelo” significa pequeno cabo.

No brasão da cidade está escrito Urbs Nescia Vinci, expressão latina que traduzida significa "A cidade que não sabe ser vencida". Ou seja, o município de Cabedelo tem por lema não esmorecer, não fraquejar ou recuar frente aos problemas, não aceitar uma derrota enquanto se é possível lutar. E, sobretudo, vencer os desafios. Cabedelo é uma cidade litorânea, com algumas das praias urbanizadas mais conhecidas do estado, entre elas: Jacaré (praia fluvial), Poço, Camboinha e Intermares, espalhadas por 15 km de costa. Conforme informações divulgadas no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Cabedelo possui 31,42 km², 15 km de extensão por 3 km de largura. Tem uma população de aproximadamente 57 mil habitantes, segundo dados do IBGE (2010). Sua população é estimada em 60.226 habitantes (IBGE, 2012). Tem como municípios limítrofes: João Pessoa, Santa Rita e Lucena e tem como costa o estuário do rio Paraíba, com áreas de mangues. O município foi fundado em 1580, então pertencente ao município de João Pessoa. Cabedelo foi elevada à categoria de município por meio da Lei Estadual nº 1631, de 12 de dezembro de 1956.

O município possui o único porto do estado da Paraíba e é administrado pela Companhia Docas da Paraíba. Ele está localizado na margem esquerda do estuário do rio Paraíba, em área próxima à Fortaleza de Santa Catarina, um dos cartões-postais da cidade e do estado, tombado pelo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 24 de maio de 1938. O Porto de Cabedelo é considerado de pequeno porte e sua principal fonte de receita atualmente é o descarregamento de petcoque. Cabedelo possui o 194° maior PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil (IBGE, 2012) e o 3º maior da Paraíba, ficando atrás de João Pessoa e Campina Grande.

A vegetação é bem diversificada, com faixas de Mata Atlântica, manguezais e coqueirais.
O índice de desenvolvimento humano (IDH) é de 0,757, conforme dados do UNDP do Brasil (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), programa criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para ajudar na construção de um mundo melhor com qualidade de vida para todos.
Em termos de transporte público o município possui os seguintes serviços: ferroviário, aquaviário (ferry-boat, lanchas, ônibus-lancha etc.) e rodoviário (ônibus, taxi, taxis alternativos e moto-taxi). Sendo que os taxistas alternativos e os moto-taxistas não têm ainda regulamentação que normatize a atividade, mas é bem presente no município.

Quanto aos centros de ensino, o município de Cabedelo possui escolas de nível municipal, estadual e federal, escolas técnicas, creches, universidades, dentre outros, tendo nível de analfabetismo muito baixo e um alto índice de inclusão escolar, devido à fartura e qualidade das escolas. Sobre os professores da rede de ensino municipal, pode-se afirmar que boa parte deles possui especialização e pós-graduação, motivados pelo plano de cargos e salários da Prefeitura. A Secretaria de Educação do município possui ainda programas específicos para inclusão escolar de alunos portadores de necessidades especiais, tendo profissionais habilitados para o seu processo de ensino-aprendizagem.

Os principais eventos e pontos turísticos de Cabedelo são:

Fortaleza de Santa Catarina - Conforme Monteiro (1972), já havia na Europa do século XV a tradição de erguer fortificações para defesa de uma região, principalmente quando eram oferecidas condições naturais para isso. Monteiro (1972) explica que os portugueses teriam iniciado a construção de fortificações no Brasil no século XVI, especificamente na região nordeste do Brasil, lugar onde também iniciou o ciclo colonizador. Muitas fortificações foram construídas, contudo, a precária estrutura delas, composta por esteios primitivos, muralhas de taipa e madeira, coberturas internas de palha e parapeitos de barro, etc., fizeram com que rapidamente boa parte delas se perdesse, por não oferecer condições de sustentabilidade.
A costa de Cabedelo oferecia plenas condições para a construção de uma fortificação. Assim, provavelmente em 1589 foi iniciada a construção da Fortaleza de Santa Catarina, por ordem do governador Geral de Pernambuco, a fim de conquistar a região, fundar a Capitania da Paraíba e impedir as invasões dos estrangeiros. A construção foi orientada pelo alemão Cristovão Linz, que contou com auxílio de 110 soldados espanhóis da Cavalaria de Olinda, mais de 700 índios e 100 negros em expedição por terra. O material usado na construção foi taipa de pilão. O primeiro nome do forte foi “Cabedelo”.
A respeito da data exata de fundação da Fortaleza de Santa Catarina, segundo Rodriguez et al (2000), existem controvérsias. Contudo, existe um consenso entre os historiadores de que sua construção foi iniciada em 1586, sob responsabilidade do capitão-mor Frutuoso Barbosa, comerciante português. Do ponto de vista bélico-militar, com base em Monteiro (1972), a Fortaleza de Santa Catarina representou um fundamental papel de defesa, sempre servindo como modo de impedir e dificultar as ações inimigas dos povos invasores. Algumas das suas vantagens no aspecto bélico-militar são: organização da defesa local em situações emergenciais, em que era preciso um rápido preparo para as investidas inimigas; refúgio e apoio ao exército nos casos de derrota em campo aberto; proteção de circulação de comboios e socorros vários; depósito de mantimentos, material bélico, entre outros.

Praia fluvial de Jacaré - onde se canta o eterno Bolero de Ravel, com o cantor paraibano Jurandy do Sax, no famoso pôr-do-sol de Jacaré. A praia como o nome diz é fluvial, ou seja, localiza-se na margem de um rio, no caso, o rio Paraíba. A comunidade inicial da localidade era formada por pescadores e suas famílias. Até hoje, a pesca é uma atividade muito praticada no bairro. Conforme informações do site Praia do Jacaré (http://praiadojacare.com.br/): "A partir de 1985, a localidade recebeu itens de infra-estrutura, como iluminação pública, rede de energia elétrica e abastecimento de água. Nos anos 90, a duplicação da BR-230 influenciou a retomada do processo de urbanização da praia, revitalizando o comércio. Ainda conforme o site "de acordo com os moradores do Jacaré, a moda do bolero apareceu por acaso, na década de 1980, quando só existiam dois bares na região. Eleonora Freitas, que era proprietária do bar Caleidoscópio, resolveu num certo dia colocar o LP do filme Retratos da Vida para tocar na vitrola do bar e, no momento em que a música Bolero começou, o sol baixou no horizonte."

Parque estuário marinho de Areia Vermelha - trata-se de um parque estadual para onde se dirigem muitos turistas no verão. A ilha de Areia Vermelha fica imersa na água e só quando ela sai à superfície, quando a maré está baixa, é que é possível usufruir de suas belezas e encantamento. Ela foi criada pelo decreto estadual 21.263, de 28 de agosto de 2000 e possui 230 hectares de área. Trata-se de um banco de areia com cerca dois quilômetros de comprimento por um de largura. Há uma rígida legislação que impede os banhistas de poluírem o local, já que é uma área de preservação ambiental. O acesso é feito por meio de embarcações e se situa em frente à Praia de Camboinha, bem próximo à Praia de Poço.

Paixão de Cristo – é considerada a segunda maior apresentação teatral ao ar livre do Brasil, atrai muitos visitantes todo ano. Foi criado pelo GTAAB - Grupo de Teatro Amador Alfredo Barbosa.

REFERÊNCIAS:

  • BRASIL. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
  • MONTEIRO, Vilma dos Santos Cardoso. História da Fortaleza de Santa Catarina. João Pessoa: UFPB: Imprensa Universitária, 1972 (Col. “Piragibe”, vol. 1).
  • Praia do Jacaré. Disponível em: www.praiadojacare.com.br.
  • RODRIGUEZ, Janete Lins; PIMENTEL, Altimar de Alencar; SILVA, José Nilton. Conhecendo a Fortaleza de Santa Catarina. Recife, Gráfica Liceu, 2000.